segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Criança Presbiteriana

De todos os seres que Deus criou nessa terra, os seres humanos talvez sejam os que têm a “cria” mais frágil. Diferente da maioria dos animais, as crianças levam anos para poder se cuidarem sozinhas. Sem o amparo, ensino, e cuidado de um adulto, nenhuma criança sobrevive. Isso tem muito a nos dizer... Nós, seres humanos, não fomos criados para viver sozinhos.

Em primeiro lugar fomos criados para viver na companhia de Deus (Gênesis 2). Ele nos criou para andarmos com Ele e termos nEle nosso amparo, amigo, parceiro... Infelizmente a humanidade fez a escolha de se afastar (Gênesis 3), e a despeito de todos os resultados amargos dessa decisão, insiste em dizer: “nos viramos bem sozinhos”.



E em segundo lugar, não fomos criados para nos bastarmos em nós mesmos. Deus mesmo disse: “Não é bom que o homem viva sozinho” (Gênesis 2.18 NTLH). Apesar do contexto ser o da formação do primeiro casal e do primeiro casamento, não creio quea idéia aqui seja só a de casamento, mas a de comunidade. O ser humano foi criado para o amparo da família e da comunidade, haja vista a ordem: “Mutiplicai-vos”.


Certa vez Jesus colocou perto de si crianças e disse aos seus discípulos: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis” (Lucas 18.16). Naquele momento Jesus estava propondo algo muito mais profundo do que normalmente nos damos conta. Ele estava dizendo, na verdade: Não se afastem de mim para que vocês não afastem seus filhos de Deus.


Sim! É verdade! Na maioria das vezes somos nós, os adultos, que afastamos nossos filhos de Deus. Não é questão de que os proibimos de se achegarem a Deus, ou de que deixamos de levá-los à igreja – apesar de que isso também acontece muitas vezes, mas nós os embaraçamos, criando empecilhos, quando por causa de nossas escolhas e atitudes os fazemos perceber que não achamos Deus tão importante assim. Pare pra pensar... Não foi esse o pecado de Eva e de Adão?


Deus nos criou para o contexto da comunidade e instituiu a família como a primeira célula dessa comunidade. Deus se revela aos filhos principalmente através dos pais. Da mesma forma que, fisicamente, as chances de sobrevivência das crianças são infinitamente pequenas sem a presença dos pais (ou adultos que façam o seu papel), assim também as chances de sobrevivência espiritual das crianças é quase inexistente, sem o amparo de adultos (pais) que os levem a Deus.


Jesus chamou para perto de si os seus discípulos e disse: Eu sou o caminho. Depois chamou as crianças, e então disse a seus discípulos: Não criem embaraço a elas, mas as ajudem a encontrar o caminho. Será tão difícil ver que, mesmo quando estamos dominicalmente na igreja, passamos a obstruir o caminho, através de uma vida onde tudo é mais importante que Deus (trabalho, amigos, dinheiro, vida social, etc.), ou através de uma vida desonrosa (cheia de mentiras, maledicências, fofocas...)? Isso só mostra a elas que nós não conhecemos o caminho.


Sabemos que crianças não são inocentes sem pecado – a natureza delas é tão pecaminosa quanto a de qualquer adulto. Mas elas têm a atitude necessária para receber o reino de Deus; elas têm um coração ensinável (Mateus 18.1-4; Marcos 10.15). O que vamos fazer com isso?


Só se aprendermos com as crianças a ter um coração parecido com o delas, e com esse coração nos achegarmos a Cristo, é que seremos capazes de levá-las a Deus. Que Deus nos abençoe, a nós e a nossos filhos nessa jornada!




Rev. Gilson Quelhas

Nenhum comentário:

Postar um comentário