sexta-feira, 20 de julho de 2012

POR UMA IGREJA MISSIONÁRIA DE FATO


Leitura:  LUCAS 05: 1-11.

Temos encontrado, pela Graça de Deus, irmãos e igrejas que manifestam constantemente o desejo de ver a Igreja Presbiteriana do Brasil crescendo na sua visão missionária e desejando vê-la na prática, uma igreja missionária de fato. Entendemos que o cumprimento da missão da Igreja está intimamente ligado à sua vocação, ao seu chamado. O apóstolo Pedro na sua  primeira carta,  capítulo 2, versículo 9 e 10 , nos esclarece esta verdade. A igreja do Senhor Jesus tem a sua origem, a sua vocação, o seu chamado no próprio Deus (é raça eleita, nação santa, sacerdócio real e povo de propriedade exclusiva dele) e tem como finalidade única, precípua, a pregação do evangelho, a proclamação das virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz - Jesus. Como igreja chamada pelo Senhor , escolhida desde antes da fundação do mundo , remida dos seus pecados pelo preço pago  na cruz, selada pelo Espírito Santo como sua propriedade (Ef. 1: 3-14), somos devedores ao mundo a pregação da verdade que é uma só, Cristo - única esperança de redenção para o homem. Não há como fugir desta responsabilidade. 

Mas quando esta igreja chamada para esta missão, cumpre o seu propósito? Quando a igreja de fato torna-se missionária? Olhemos para o texto de Lucas 05: 1-11. Ele nos apresenta o Senhor Jesus chamando, ajuntando, vocacionando  homens que formariam e conduziriam sua igreja  aqui na terra , homens chamados para anunciar a maravilhosa mensagem de redenção à humanidade, morta e condenada na ruína do pecado. Homens que buscariam homens; homens que se tornariam pescadores de homens (vs. 10), pois esta é a missão deste grupo a ser formado . Homens como nós, pecadores, falhos e sujeitos a toda sorte de limitações. Homens como Pedro, Tiago e João.   Neste texto, especialmente na pessoa de Simão (Pedro), a quem o Senhor mesmo prepararia e usaria de maneira extraordinária, encontramos algumas respostas para a pergunta: quando uma igreja de fato é missionária. 

O primeiro aspecto a ser destacado está no versículo de nº 05, quando após a ordem dada por Jesus de que as redes deveriam ser novamente  lançadas ao mar, o futuro apóstolo responde: "Mestre, havendo trabalhado toda  a noite, nada apanhamos, mas sobre a tua palavra lançarei as redes" - O reconhecimento da autoridade de quem nos manda ir.   Simão está diante de alguém que ainda não conhecia; com quem ainda não tinha intimidade; aquele que chegara a um pouco  tempo atrás e lhe tomara um barco emprestado para de maneira mais cômoda falar às multidões (vs 1-3); um desconhecido praticamente; todavia, não obstante este fato, ao ouvir sua ordem, reconhece-lhe imediatamente a autoridade, chamando-o  de  "Mestre"  (do grego "epistátes", que quer dizer, supervisor, diretor, mestre, aquele que tem o direito de dar ordens), e prontamente se dispõe a obedecê-lo. 

A Jesus foi dada toda autoridade no céu e na terra. Ele é o Senhor. O apóstolo Paulo em Colossenses 01: 13-19 nos deixa claro esta verdade. Também as multidões maravilhadas testemunharam da sua autoridade quando terminara o chamado "sermão do monte", Mateus 07: 28-29. E é nesta autoridade que ele ordena a cada um de nós a cumprir com a tarefa missionária, Mateus 28: 18-20. O que fazer diante de tal autoridade? 

Reconhecê-la e imediatamente obedecê-la; do contrário jamais seremos, de fato, uma igreja missionária. 

Um segundo aspecto a ser destacado é a confiança na Palavra daquele que nos amnda ir. Simão e sua companhia de pesca estavam cansados. Foi uma noite de extenuante trabalho. Estavam ainda frustrados. Dependiam para sobreviver, juntamente com suas famílias, da pesca. Porém, naquela noite fatídica, nada apanharam. Quanta decepção para homens experientes e vividos do mar. Seria totalmente ilógico, irracional, incoerente, perda de tempo e de energia, depois de uma noite assim , voltar ao mar. Todos os argumentos humanos possíveis, lógicos e até coerentes,  que poderiam ser usados na promoção de uma volta para o mar,  cairiam por terra naquele momento.  Certamente se Simão quisesse voltar, os demais colegas de pesca não concordariam; iriam criticá-lo, rir dele, chamá-lo de estúpido ou ignorante; por isso havendo desembarcado, lavavam as redes (vs.2). Um outro tempo, uma outra hora , voltariam a pescar. No entanto, as palavras de Simão diante da autoridade de Jesus, são admiráveis.  - Senhor, é verdade que já labutamos com muito esforço a noite toda, com toda a nossa experiência e nada apanhamos, mas (Conjunção adversativa que expressa uma nova atitude a ser tomada, contrária a que logicamente deveria ser tomada)  sobre ( no grego: "epí" - preposição com dativo, que quer dizer  com base em, a partir de, confiando em )  a tua palavra , lançarei as redes. Toda sua experiência e capacidade adquirida nos anos de labuta no mar são colocadas de lado. Simão se entrega totalmente, confiadamente à palavra daquele que lhe ordena: "Lançai as vossas redes para pescar". Precisamos confiar na palavra daquele que nos manda ir ao mundo e pregar o Evangelho, e lançar a tempo e fora de tempo a semente, com dificuldades ou sem dificuldades, crendo que os frutos virão, em nosso tempo ou na geração futura, mas virão, porque a Palavra do Senhor não volta vazia (Is. 55:11).Um terceiro e último aspecto podemos ainda considerar: Disposição do que se tem por aquele que nos manda ir.  

Diante da autoridade de Jesus e confiado tão somente na Palavra dele , Simão tomou seu barco e redes (bens comuns, coisas nada sofisticadas, material básico para  simples pescadores) e foi ao mar. Não tentou se eximir do cumprimento da ordem de Jesus, desqualificando o pouco que possuía ou achando seus recursos insuficientes ; não apresentou  ao Senhor o seu cansaço físico, nem sua  frustração pela  noite anterior mal sucedida; não recorreu aos companheiros, seus sócios, Tiago e João; mas colocou-se a si próprio(sua constituição física)  e o que tinha em mãos no cumprimento daquela tarefa que recebera. Obedeceu. O resultado não poderia ser outro. Tantos foram os peixes presos a rede que houve necessidade de ajuda dos de fora.  Os companheiros vieram e ajuntando suas forças e recursos chegaram a praia  com os preciosos frutos. 

Assim acontece quando dispomos do que somos e temos em obediência àquele que nos manda ir. Ele não exige de nós o que porventura não podemos dar ou fazer. Entretanto, quer a nossa disposição, quer nos usar , bem como os nossos recursos próprios (tempo, talentos e recurso materiais que recebemos dele mesmo), sejam muitos ou poucos. E quando se esgotarem nossas possibilidades, tendo em vista nossas limitações, ele mesmo  providenciará um 2º barco para nos auxiliar e levantará recursos e outros  meios para o cumprimento da tarefa. Ele mesmo colocará irmãos ao nosso lado, nos unirá e juntos nos permitirá apanhar os peixes. 

Concluindo exortamos a igreja: reconheçamos a autoridade daquele que nos manda ir;  estejamos alicerçados em plena confiança na sua Palavra que sustenta os que pregam e transforma os que ouvem; e nos coloquemos diante dele em plena disposição com o que somos e temos. Assim, de fato, glorificaremos o nome do Senhor e seremos reconhecidos com uma igreja missionária.

Que o Senhor nos ajude.  A ele toda glória!

Rev. Elmir - IPBV

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