quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Recuso-me a chamar de apóstolo


Recuso-me a chamar de “apóstolo” quem não viveu nos dias apostólicos do Novo Testamento, sendo uma testemunha ocular dos feitos do Senhor Jesus encarnado, que O tenha apalpado com suas próprias mãos, que com seus ouvidos ouviram Seus ensinamentos os quais deveriam ser transmitidos à Igreja Cristã em seu nascedouro (cf. 1João 1.1-3).
Recuso-me a chamar de “apóstolo” quem não recebeu a revelação do Evangelho tal como aconteceu com o apóstolo Paulo nos três anos que esteve no deserto da Arábia para depois se encontrar com os demais apóstolos e mostrar-lhes que o que ele recebera de Cristo e pregava aos gentios era exatamente igual ao que Pedro, Tiago e João (apóstolos que andaram pessoalmente com Jesus) também do Mestre receberam e pregavam (cf. Gálatas 1 e 2).
Recuso-me a chamar de “apóstolo” quem usa desse título sem atentar para o ministério que este traz consigo, a saber, o apostolado foi dado exclusivamente àqueles a quem seriam dados os mistérios do Evangelho e assim, por obra do Espírito Santo fossem escritos os livros do Novo Testamento, ao que nos estudos teológicos chamamos de “Cânon do Novo Testamento”. O ministério apostólico foi usado por Deus para revelação das Escrituras do Novo Testamento, logo, quem se intitula “apóstolo” hoje, deveria acrescentar “herege-maldito” ao título, pois, segundo Apocalipse 22.18,19 ao texto das Escrituras nada se acrescenta e nada se retira. Como o ofício apostólico já passou (porque o Cânon do NT já está fechado), qualquer coisa extra que esses ditos apóstolos autodenominados disserem que não estiver em acordo com a Bíblia, estão acrescentando, e qualquer coisa que deixarem de pregar estarão omitindo; e se pregassem exatamente o que a Bíblia diz, nunca cometeriam esse ato insano de vaidade de se autodenominarem apóstolos.
Recuso-me a chamar de “apóstolo” quem assim se intitula mas nunca saiu de sua terra e país para levar o Evangelho num país e cultura diferentes (e lá viver nem que seja por poucos anos); que pensa que realizar “campanhas evangelísticas” (que mais são um show de horrores do que qualquer outra coisa) é o mesmo que fazer discípulos de Cristo. Sim, recuso-me chamar esses tais de “apóstolos” porque só querem a “lã” e a “gordura” das ovelhas de Cristo.
Recuso-me a chamar de “apóstolo” quem diz que realiza milagre, mas, que longe está de ser como os que foram realizados por Cristo e por Seus verdadeiros apóstolos; milagres verdadeiros e não coisas forjadas, manipuladas e mentirosas como o que estes tais “milagreiros” fazem. Além disso, os milagres que os verdadeiros apóstolos fizeram glorificavam a Deus e O exaltavam por Sua Graça e Misericórdia, algo muito, muito diferente do que fazem esses enganadores ludibriando as pessoas com suas mentiras e astúcias roubando toda a glória para si mesmos, pois, alguns já não se contentando mais com o título de “apóstolo” já foram além e se intitularam “pais-póstulo” (não sei o que é isso e nem adianta me perguntar, pois, a coisa mais próxima seria “Pais apostólicos” o que na verdade não se trata de pessoas, mas, sim de escritos teológicos dos primeiros séculos da Era Cristã), e por fim, até um desses envaidecidos cheios de si mesmos, se intitulou “Patriarca” (só essa que faltava para os evangélicos brasileiros: ter um papa!), e pasmem, o que não tem faltado é gente para apoiar tal asneira.
Recuso-me a chamar de “apóstolo” quem não se contentando com o título (e o cargo) de “pastor”, “presbítero (bispo)”, olha para os seus companheiros de trabalho eclesiástico e os vê como inferiores e não como iguais, como subalternos e não como companheiros amados cuja autoridade veio também de Deus por meio das Escrituras com o fim de pastorear o rebanho de Cristo não por ganância ou orgulho, mas, por amor ao Senhor Jesus e pelas Suas ovelhas (cf. 1Pedro 5.1-4) sabendo que o Supremo Pastor é o Senhor Jesus.
Recuso-me a chamar de “apóstolo” quem está preocupado em expandir seu “império de ilusão” estampando sua foto na entrada dos seus templos, do que em propagar o Verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus Cristo e plantar igrejas verdadeiramente bíblicas (se eles fizessem isso, jamais cometeriam tantos erros e abusos!).
Por esses motivos me recuso chamar de “apóstolo” estes tais que estão por aí se vangloriando e até mesmo zombando de Cristo com suas atitudes malignas travestidas de “autoridade divina”. E antes que alguém me critique por me apresentar como “Reverendo” digo que a reverência aqui evocada não é à minha pessoa, mas, sim, à tarefa que Deus incumbe homens como eu, pecadores redimidos por Cristo. Além disso, “reverendo” é pronome de tratamento e não um título que uso para me diferenciar dos meus presbíteros que comigo labutam no cuidado do Rebanho de Cristo. Mas, se este pronome de tratamento lhe causar algum desconforto, me chame de “pasto”, ou melhor ainda, “irmão”.
Rev.Olivar Alves Pereira
São José dos Campos, 13 de janeiro de 2013.
http://www.noutesia.com.br/

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