sábado, 20 de outubro de 2012

A carta de Deus


Os avanços da ciência destas últimas décadas têm sido espetaculares e, na revista Veja desta semana finda, uma reportagem prenuncia a possibilidade real de viagens interestelares em tempos inimagináveis até alguns anos atrás. O título da reportagem é Mais um pequeno passo. Sabe-se que é impossível para qualquer objeto real, viajar à velocidade da luz, que é de 300 mil quilômetros por segundo, muito menos é possível a um objeto material superar esta velocidade. Esta é uma velocidade extraordinária! Para a luz chegar à Terra, quando vem da estrela Proxima Centauri (a mais próxima de nós, excluindo o Sol), ela leva 4 anos, 2 meses e 19 dias. Já as estrelas do Cruzeiro do Sul distam de nós entre 87,9 e 364 anos luz de distância. Nem viajando a velocidades altíssimas, perto da velocidade da luz viveríamos o suficiente para ir até lá e voltar. 

Entretanto tem-se encontrado soluções teóricas, agora talvez também práticas, que permitiriam viajar pelo espaço-tempo e, de uma forma engenhosa, driblar as impossibilidades descritas acima. A explicação não é simples, pois envolve o entendimento das propriedades do espaço e do tempo que fogem completamente à compreensão que adquirimos da nossa vivência do dia a dia. Falar em curvatura do espaço-tempo, usar energia para modificar tal curvatura de modo a encurtar distâncias exige uma compreensão de uma teoria que, atualmente, somente os especialistas têm. Enfim, o efeito prático é que uma viagem até Proxima Centauri duraria poucos meses, ida e volta, e não mais de quatro anos só de ida, quando seria necessário viajar às velocidades próximas daquelas inatingíveis.  

Quando se fala de avanços extraordinários em todas as áreas da ciência, biologia, química, física, onde já se especula seriamente em construir dispositivos capazes de ler pensamentos quando eletrodos são acoplados nas cabeças das pessoas, reconstruir órgãos vitais do corpo humano e realizar viagens através do espaço-tempo, tem-se a impressão que as pessoas estão se tornando autossuficientes, sem precisar depender de Deus e até mesmo passam a duvidar de sua existência. 

Nesta semana foi noticiado o leilão de uma carta escrita por Albert Einstein (1879-1955), endereçada ao filósofo Erich 
Gutkindv, denominada hoje em dia a Carta de Deus. Espera-se neste leilão um lance mínimo de 3 milhões de dólares. Nesta carta Einstein expressa suas opiniões acerca da fé num Deus criador. São opiniões de um homem, que por mais inteligente que tenha sido, sua condição humana é a que prevaleceu. 

Ele afirmou: Para mim a palavra Deus não é mais do que a expressão e o produto de fraquezas humanas e a 
Bìblia não é mais do que uma coletânea de lendas dignas mas muito primitivas." 
E continuou, referindo-se à religião dos seus pais, judaísmo:"Para mim a religião judaica é como todas as outras religiões, uma encarnação da superstição primitiva". E o povo judeu para ele não tem a menor originalidade de essência, não sendo melhor que nenhum outro grupo humano. "Por isso não consigo ver nele nada de povo eleito". 

Einstein foi mais feliz em outras ocasiões, com declarações mais humildes embora muitos achem que ele era um admirador do pensamento panteísta, a doutrina que afirma ser Deus o conjunto de tudo o que existe.
 
Sobre Deus disse: 

"A todo cientista minucioso deve ser natural algum tipo de sentimento religioso, pois não consegue supor que as dependências extremamente sutis por ele vislumbradas tenham sido pensadas pela primeira vez por ele. No universo incompreensível revela-se uma razão ilimitada. A opinião corrente de que sou ateu baseia-se num grande engano. Quem julga deduzi-la de minhas teorias científicas, mal as compreendeu. Entendeu-me de forma equivocada e presta-me péssimo serviço..." Traduzido de H. Muschalek (Ed.) - Gottbekenntnisse moderner Naturforscher, quarta edição, Morus, Berlim, 1964. 

“Não creio no Deus que recompensa o bem e castiga o mal. Meu Deus cria leis que se encarregam disso. Seu Universo não é regido por ideias em que se deseja acreditar, mas por leis imutáveis” (EINSTEIN, apud JAMMER, 2011, p. 97 - entrevista concedida em 1954). 

De qualquer modo não importa muito saber se Einstein cria ou não em Deus, por maior que tenha sido sua contribuição para o avanço da ciência no século XX, a totalidade dos conhecimentos científicos acumulados até hoje são insignificantes para suportar qualquer declaração relevante e essencial acerca de Deus, a não ser quando o cientista, como criatura de Deus, reconhece a grandeza de Deus expressa na sua obra maravilhosa, esta ainda pouco conhecida. Sim, quanto mais aprendemos sobre os objetos criados, mais nos apercebemos que há muito mais para conhecer. Além da questão da falta de autoridade para fazer declarações acerca de Deus, por pessoa que ouse fazê-las baseadas na sua própria razão, os testemunhos de vida do não crente apontam para tantas contradições e equívocos que desabonam sua opinião. Na sua carreira científica, Einstein devia comprovar com rigor científico suas ideias, pois em ciência o ceticismo é a regra. Deve-se testar à exaustão qualquer declaração até que alguma falha apareça. Assim a revisão necessária da teoria provê sua comprovação e avanço. Nas questões espirituais e religiosas, a consistência da vida do indivíduo com uma ética, no nosso caso a ética cristã, esta provida por Deus e apresentada na Bíblia, dá fundamento às declarações do crente acerca de Deus. Cremos que é Ele quem nos escolhe, nos chama para sermos filhos da adoção. É o seu Espírito Santo que nos convence que carecemos da misericórdia de Deus e que devemos nos arrepender de nossos pecados e aceitar a Cristo como nosso único Salvador e Guia de nossas vidas. Isto significa que há uma consequência necessária visível em nossas vidasdevemos andar segundo a vontade e os propósitos de Deus. Se isto acontece há autoridade em nossas declarações, pois esta nos é dada pelo próprio Deus e é usada em conformidade com Ele. Leia Mt. 28:18-20. 

Sob este aspecto como foi a vida pessoal de Einstein? Sua relação com sua família? Casou-se mais de uma vez e sua primeira esposa, a sérvia 
Mileva Maric, teve com ele três filhos. Separou-se dela, mas não sem antes tratá-la mal e exigir coisas absurdas para manter as aparências de seu casamento, já há tempos arruinado. Depois disto, para obter dela o divórcio, prometeu-lhe o dinheiro que esperava receber quando ganhasse o prêmio Nobel de Física, que acabou por ganhar em 1921. Einstein cumpriu o que prometera. 


Einstein pode até representar uma maioria de cientistas ateus e que afirmam, como ele afirmou: “a Bíblia não é mais do que uma coletânea de lendas dignas mas muito primitivas 



Há inúmeros casos de cientistas crentes, alguns deles deixaram frases interessantes, mas muito mais que frases, deixaram e deixam nos dias de hoje, exemplos de vidas cristãs a serviço do reino de Deus. Blaise Pascoal é um deles, prestou um grande serviço à ciência no século XVII e influenciou, com suas ideias teológicas, Charles e John Wesley, fundadores da Igreja Metodista. São dele as seguintes frases: 


"Pesemos o lucro e a perda tomando por coroa (no jogo de cara ou coroa) que Deus existe. Avaliemos estes dois casos: se vencerdes, ganhais tudo; se perderdes, não perdeis nada. Apostai, portanto, que ele existe, sem hesitar." 

"É o coração que sente Deus e não a razão." 
Blaise Pascal ] 

Ainda nesta mesma edição da revista Veja, em suas páginas amarelas, encontra-se a entrevista com o psiquiatra Harold 
Koening, professor da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, EUA, intitulada “Um poder invisível da fé”O professor Harold argumenta que a fé religiosa ajuda as pessoas em diversos aspectos da vida e, em consequência, uma maior longevidade, uma recuperação mais rápida após cirurgias e outros benefícios que têm sido observados no grupo de pessoas que professam e praticam uma fé religiosa. Naturalmente que os cristãos fiéis têm hábitos e expectativas que resultam necessariamente numa melhor qualidade de vida física e espiritual, entretanto não podemos nos esquecer de que cremos na soberania de Deus e não descartamos sua intervenção extraordinária a favor de seus filhos quando esta for a Sua vontade. E quando isto acontece o crente o percebe na forma semelhante à descrita por Blaise Pascal, “o seu coração está cheio da presença de Deus”. Tal percepção não é comunicável a um não crente, pois este só compreende argumentos racionais. Veja 1Co 2:14 “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.  

Apostai, portanto, que Ele existe, sem hesitar." Convença-se de que Deus existe, que Ele é o SENHOR e que a única maneira de merecer a sua misericórdia é através de Jesus Cristo, o Nosso Salvador, pois caso contrário, haverá sim muita coisa a se perder, pois o que está em jogo não é apenas um jogo de cara ou coroa, mas o estado de sua alma durante toda a eternidade. 


Presb. Demétrio Artur Werner Soares - IPBV 

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