quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

OUTRO ANO




Outro ano, Senhor! Outro ano que me emprestaste e eu te venho devolver, não sei se como esperavas fosse devolvido.
Não sei se administrei os bens que puseste em minha guarda, não sei se dei ao tempo o valor do tempo...
Nesses tantos dias e noites deixei a erva crescer com o trigo, deixei as aves bicarem os grãos...
Nesses tantos dias e noites, quanto cofre arrombado, quanta colheita perdida...
Não pus trancas nas portas, nem acendi luzes na casa...
E eu tinha um compromisso: administrar, Senhor!
Nesses tantos dias e noites, quanta coisa mínima me desviou, quanta coisa mínima me confundiu, quanta coisa mínima me deitou sombra!...
E eu devia ser luz, eu devia refletir, porque Tu me poliste, Tu me trabalhaste, a Tua graça batismal fez de mim superfície.
Mas quanta vez não continuei, quanta vez interceptei, quanta vez eu fui fim, quanta vez, Senhor, eu dormi em serviço!...
Outro ano, Senhor, dá-me outro ano. Dá-me revisar os meus atos, corrigir os meus erros...
Debruça sobre mim, vem ver-me encontrar-me e, quando eu me encontrar, levantar à altura do meu rosto a Tua lâmpada, aquecer-me nela, absorver-lhe os raios...
Um ano, Senhor, em que eu me dedique, em que eu me transfira, em que eu me aliene...
Um ano em que Tu sejas centro e periferia da minha vida, princípio e fim do meu caminho...
Um ano em que o meu próximo seja o próximo que me ensinaste no Teu evangelho...
Um ano em que eu também seja novo!


Rev. Ephrain Santos de Oliveira


Itajubá, 31/12/2013

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